Subversos

Derrames cerebrais com vida própria

terça-feira, abril 11, 2006


POEMA MEDÍOCRE 11


O cavalinho de madeira ainda
baloiça sobre a estrada como se
a infância não fosse um dos
teus
fantasmas.

Acelerei naquela noite sem saber
se ir-me-ia matar nas tuas
mãos
abertas sobre o meu
corpo quente minutos depois do copo frio levado aos
lábios abertos, sujos do chop soy
de vaca louca ou de galinha
constipada de H5N1.

De certeza que o barco de papel não resistirá à incerteza dos
dias naufragados no calar da tua
distância
quando num carpir de
bêbedos os marinheiros choram
o afogar das suas sereias.

Foi o teu fantasma, abraçado ao teu colo,
amamentando a serpente no teu peito.

Foi o teu fantasma o brinquedo, o pente o céu azul…
Foi o teu fantasma o bibe, o guardanapo o estojo com a abelha Maia…
Foi o teu fantasma o Rato Mickey e o Pateta, o Demolidor e o Homem de Ferro…
Foi o teu fantasma a viola partida de cinco cordas, a Clarabela e o céu azul…
Foi o teu fantasma aquela que amaste numa noite no teu carro pulsando o calar dos pulsos no calor da madrugada inquieta…
Foi o teu fantasma o «animal selvagem que no silêncio te procura»… (e o céu azul também)

Foi o teu fantasma…
(continua a sê-lo)

Foi o teu fantasma…

…embora hoje tu saibas
que não se domesticam os mortos.

RMM

4 Comments:

Blogger Carla said...

Gostei :)
Bjx

11/4/06 22:15  
Blogger Carla said...

Já tinha comentado este post, no entanto não podia passar por aqui sem deixar votos de uma Santa e Feliz Páscoa.
Bjx e bom fim de semana

13/4/06 16:48  
Blogger Paulo Silva said...

Deixo votos de de uma Feliz Páscoa.

13/4/06 18:21  
Blogger Lord of Erewhon said...

Huummm... cheira-me a sereia tresloucada na costa... Cuidado com as musas, cuidado...;)

16/4/06 04:35  

Enviar um comentário

<< Home