Subversos

Derrames cerebrais com vida própria

domingo, junho 06, 2004

Que pena

Por favor vem devagar que eu espero
nunca estive assim antes sem razão
se me ouvires pai
a razão do sofrimento não há
não existe como imaginas
é fácil
uma pena é uma pena que pena
não há pena nunca mais
que pena
adeus
o tempo escorrega de pneus carecas
as luzes já vão aparecendo na minha cabeça
também
apesar de não me ouvires meu filho
é difícil parar
os mexilhões sabem cada vez melhor
porque mesmo sem razão o sofrimento existe
e existe a pressa da fuga
que pena é uma pena uma pena
não haver pena nunca mais
que pena
adeus