Subversos

Derrames cerebrais com vida própria

terça-feira, dezembro 20, 2005

Chorai pela rua que congela!



O espaço foi-se embora. Esqueceu o ódio na desgraça
E no que restou perdeu o desalento minguante
Mas foi uma pena que o corpo tenha ficado
E largado uma alma com a boca aberta por instantes

Dando cambalhotas para a frente num desgosto gradual
Deixou de reconhecer-nos num poço que apareceu depois
E pouco a pouco o bebé perdeu a nossa chegada
Ainda que tivéssemos vindo até ele com um pulo nunca visto

Chora por ti próprio, e nunca escrevas com os pés
Nada de saltos demorados nem bocas tristes na multidão
Chegaram os ossos negros donos do recém-nascido
E ouviram por entre as portas da capa do Corão:

Pouco a pouco na sufocante chuva requentada
As excepções são tão inúteis como as alturas
Raramente corremos apressados para o despertar e para a vida
Para o neto que acaba de nascer

2 Comments:

Blogger lena said...

vim ler-te e gostei
ganhei muito em passar por aqui, embora nem metado de blog tenha conseguido ler,
são intensos e fortes os teus poemas, assim como os texto que li

voltarei acompanhar as tuas palavras

beijinhos meus

lena

20/12/05 18:06  
Blogger lena said...

gostei de teres passado pelo http://trazoutroamigotambem.blogspot.com/, embora esteja mt mais vezes na minha cabana que também já visitaste, onde costumo unir palavras

beijinhos de novo
lena

20/12/05 18:25  

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