Subversos

Derrames cerebrais com vida própria

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Assim silenciosamente colapso as minhas armas



Tão delicadamente afago as pacíficas pirâmides de A.
Faço até com que os muros sepultem os vivos foragidos das conversas
Deixo que o fedor do velho seja sentido com o doce aroma da filha
Cuidado com os jovens que se escondem dos velhos
Cuidado com os extrovertidos
Cuidado com os risonhos e os ateus
Não faço guerra
Avanço com a futura realização
Calem-se! Calem-se, vozes!
Desabem, armas! Desabem!

Ergo então umas pirâmides menos lentas, menos leves
Implodo uma implosão mais doméstica
O réu senta-se no relvado para esconder a bolsa das testemunhas!
Os calados calam-se! O ouvinte deixa de conseguir ouvir!
Todos os esbanjadores que esbanjam à noite
Todos os errantes e trovadores
Deixam de o ser!
As mesas são desfeitas pelos despertos nas manhãs selvagens!
Todos os insomnes querem acordar nelas
Na paz do campo
Sob o silêncio das patas nos caminhos de cabras
Calem-se! Calem-se, vozes!
Colapsem, armas! Colapsem!

Tão calmamente me aconchego e aparafuso a guitarra
Como de forma grave implodo as minhas armas
Também o empresário tumultuoso pode entrar em pane
Destruindo a sua cidade e espalhando a sua fortuna
Deixemos o viúvo se alvoroçar
A tristeza pode atingí-lo e à sua amante
Na casa onde o mestre está a ensinar
No estádio berrante, e junto à massa macedónica
Por baixo das portas
Por cima das janelas
O desabamento de uma fraqueza piedosa
Calem-se! Calem-se, vozes!
Implodam, armas. Implodam!
Calem-se! Calem-se, vozes!

3 Comments:

Blogger Lagoa_Azul said...

Que delirio que é ler-te...
Que impludam as armas, mas não se cale a tua escrita.
Boa semana, beijos.

13/12/05 20:39  
Blogger Lia C said...

Calo-me... mas não sem antes dizer não te cales ;)

Com beijos

14/12/05 19:15  
Blogger Impensamental said...

bom dia, em cor, e não a guerra.

15/12/05 14:28  

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