Subversos

Derrames cerebrais com vida própria

terça-feira, maio 02, 2006

Os chapéus desérticos



1
Tumbas de prata vazias
superfícies lunares difusas
vai-te, Outubro maldito
desprezas o chão que pisas
agradável e sensual
careca vermelha
cheia de eixos
e pés anões

2
Os malmequeres retraíram-se
os chapéus ficaram vazios
a colheita é uma cidade
a cidade da maternidade
acompanhante do abisso
a minha alegria pelo fogo
sob as muralhas proibidas
a lixeira das raízes
pela manhã me detenho
velho ouro de prantos
inteiramente desfeito um ruído
caseiro barulho
raso e desprovido de tristeza
revoltados gritos de Outubro
gelada terra disposta
na cárcere
tristes velhos entoam
gritos outonais

10 Comments:

Blogger Carla said...

Passei para te ler...
Beijos

4/5/06 12:07  
Blogger Paulo Silva said...

Gostei do que li

Bom fim de semana.

12/5/06 22:58  
Blogger Klatuu o embuçado said...

Escreve, amigo, escreve... antes que venha a interdição e a queima pública de livros... e poetas!
Abraço.

15/5/06 14:42  
Blogger alice said...

que bom reencontrar-te ;)

espero que estejas bem...

vou ficar por aqui a ler-te

um grande beijinho para ti

e obrigada pelo teu link

alice

21/5/06 19:49  
Blogger O Micróbio II said...

Ainda bem que acabaste com o período "medíocre"... :-)

25/5/06 11:16  
Blogger Carla said...

Beijos e bom feriado

14/6/06 23:52  
Blogger Lord of Erewhon said...

Calaste-te? :/

13/7/06 02:00  
Blogger Micas said...

Por onde andam os "Rascunhadores" ???

12/8/06 13:43  
Blogger Samantar Mohi said...

Em cada poema que leio acho que foi tardia a minha descoberta do blog...mais uma vez adorei...fez me lembrar um poema meu que desculpem não consigo deixar de mencionar:
"Não é a raiza que me consome,
mas a falta de raiva que me envolve...
odio cheiro-o...sinto-me com fome,
inalado por uma paz que o dissolve...
foda-se!!! RAIVA EM MIM!!!
rancor ruim sem fim...
sem um fim...
raiva a tudo e a todos,
pudor indiscriminado,
assassíno de engodos,
atiçador de tornados,
rajadas de visigodos,
mares entornados,
corações estrilhaçados,
passadas absorvidas
no branco da calçada,
sugar de vidas
ao rugir da trovoada,
som vazio...
provindo do nada,
âncora sem navio,
sem mar, sem água...
choro sem lágrima,
choro sem mágua...
piloro do nicaruágua,
cascata de verdade estagnada...
A MENTIRA? EU PAGO-A!!!"

31/8/06 01:38  
Blogger susana said...

Gostei do que escreveste no blog do Dark. Isso de ter medo de ser feliz, é verdade, porque custa-nos acreditar que realmente o podemos ser!
A tua escrita é parecida com a dele, parecem pensamentos dispersos que se chocam aqui e ali!
Mas fica sabemdo que adoro Outubro, é calmo, é trás o cheiro de um novo começo!
beijos

31/8/06 08:46  

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