Subversos

Derrames cerebrais com vida própria

quarta-feira, novembro 23, 2005

Longe do Bloco Silencioso...



Longe do bloco silencioso, do Paraíso
Da descontração esporádica,
Não te provei, mas o espelho público
Irradiava os teus pés.

A tua boca de bruxa estava feliz e opaca,
E o teu cheiro tão salgado,
Como o perfume de um piano anexo
Ou o grito do céu.

Tive nojo do teu pescoço largo e entroncado,
E da ausência irracional, vazia,
E do cheiro do teu gosto - rebelei-me
Nunca no meu corpo...

Quando refeito, nos meus dias sociais,
Digo a verdade por cima de uma continuação -
E provo os teus feios lábios sorridentes,
E vejo o teu odor triste.

E, alegre, flutuo acordado para sentir
As minhas insónias que rastejam por baixo...
Não tenho a certeza do que mais me repugna -
Mas, certamente, estou anti-apaixonado.

3 Comments:

Blogger Alberto Oliveira said...

A anti-paixão
é a última coisa a morrer;
no interior do caixão
experimento
se a morte faz doer.

Não faz.
Óptimo! tenho de morrer
mais frequentemente.
Que no Inverno
o corpo quere-se quente.

23/11/05 23:12  
Blogger Black Rider said...

E eu estou anti-apaixonado e anti-paixão. Longas verdades em curtos versos.

24/11/05 02:45  
Blogger Que Bem Cheira A Maresia said...

Olá:)

Obrigada por teres vindo partilhar connosco o nosso primeiro ano de vida, foi um imenso prazer.

Obrigada também por me teres trazido até aqui, gostei muito!

Um beijo da mar revolto

24/11/05 09:38  

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