O Xamane Encarnado
O homem que cavalga serpentes é apenas uma visão
que guardo da infância
Caminha dentro do meu corpo
com o sol a incendiar-me o sangue
e uma sensação estranha de ser capaz de absorver o excesso de luz
que sobrou da origem da noite
da criação do mundo
O tempo confunde o seu nome
com o murmúrio imperceptível do meu corpo
É impossível deixar de ter medo quando sinto a boca transformar-se
numa flor de ópio
ou quando encosto o revólver ao peito
e descubro que não posso fugir para lugar nenhum
Enquanto fumo aprendo a dar côr às palavras
aprendo a arrancá-las do peito como um veneno seco de papoila
de que guardo a semente
Caminho dentro deste corpo que está dentro do meu
com uma vela a arder no coração
Caminho por um labirinto infernal onde o sangue abre veias
e faz esquecer que a nossa morte não deixará nenhum vestígio
e que a nossa vida não é mais do que um adiamento da nossa morte
José A M Pimenta
O homem que cavalga serpentes é apenas uma visão
que guardo da infância
Caminha dentro do meu corpo
com o sol a incendiar-me o sangue
e uma sensação estranha de ser capaz de absorver o excesso de luz
que sobrou da origem da noite
da criação do mundo
O tempo confunde o seu nome
com o murmúrio imperceptível do meu corpo
É impossível deixar de ter medo quando sinto a boca transformar-se
numa flor de ópio
ou quando encosto o revólver ao peito
e descubro que não posso fugir para lugar nenhum
Enquanto fumo aprendo a dar côr às palavras
aprendo a arrancá-las do peito como um veneno seco de papoila
de que guardo a semente
Caminho dentro deste corpo que está dentro do meu
com uma vela a arder no coração
Caminho por um labirinto infernal onde o sangue abre veias
e faz esquecer que a nossa morte não deixará nenhum vestígio
e que a nossa vida não é mais do que um adiamento da nossa morte
José A M Pimenta
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