Demon para...
Ria a bom rir das palavras trágicas de um
diário velho Quando o demónio
que habitava o quarto parágrafo
Surgiu a meus olhos mais velho, mais gasto
mas ainda o mesmo A mesma altivez e impassividade
Esbofeteou-me a cara e riu
Disse então para si próprio "Vejam só quem voltou!"
Deixou-me aborrecido
mas estranhamente calmo continuei a ler
Ele deixou-se a um canto vendo fotografias velhas
"Nesta estou óptimo!" ainda o ouvi dizer
Entretanto a janela aberta o vento virou
ainda mais páginas para além da mesma e na terceira
pestana do olho esquerdo o fumo
do haxe rançoso que ele fumava feriu os meus olhos
"Importas-te de parar?", pedi-lhe delicadamente
ele riu Levantou-se da cadeira pousou os seus nos meus olhos
Irónico, sarcástico, disse-me então "Já te julgava Baudelaire ou então
o Fernand Braudel ou qualquer outro Da sociedade
global mas pelos vistos... é o que se vê!"
Abanou a cabeça e um leve esboço de sorriso
investiu contra mim como uma espada De sangue o
esboço cinzento de um filtro gelou-me os dedos
"Julgava-te morto!" e ele ainda mais alto se riu
"Nunca! Nevermore!" brincando com o destino de Poe
inquieto sorrateiro mas sempre ali Como o
Hobbes para o Calvin como o vibrador para a ninfomaníaca
como a serpente para a maçã como
um homem e um demónio se olham como o fumo
nos pedrava lentamente
Ricardo Marques
Ria a bom rir das palavras trágicas de um
diário velho Quando o demónio
que habitava o quarto parágrafo
Surgiu a meus olhos mais velho, mais gasto
mas ainda o mesmo A mesma altivez e impassividade
Esbofeteou-me a cara e riu
Disse então para si próprio "Vejam só quem voltou!"
Deixou-me aborrecido
mas estranhamente calmo continuei a ler
Ele deixou-se a um canto vendo fotografias velhas
"Nesta estou óptimo!" ainda o ouvi dizer
Entretanto a janela aberta o vento virou
ainda mais páginas para além da mesma e na terceira
pestana do olho esquerdo o fumo
do haxe rançoso que ele fumava feriu os meus olhos
"Importas-te de parar?", pedi-lhe delicadamente
ele riu Levantou-se da cadeira pousou os seus nos meus olhos
Irónico, sarcástico, disse-me então "Já te julgava Baudelaire ou então
o Fernand Braudel ou qualquer outro Da sociedade
global mas pelos vistos... é o que se vê!"
Abanou a cabeça e um leve esboço de sorriso
investiu contra mim como uma espada De sangue o
esboço cinzento de um filtro gelou-me os dedos
"Julgava-te morto!" e ele ainda mais alto se riu
"Nunca! Nevermore!" brincando com o destino de Poe
inquieto sorrateiro mas sempre ali Como o
Hobbes para o Calvin como o vibrador para a ninfomaníaca
como a serpente para a maçã como
um homem e um demónio se olham como o fumo
nos pedrava lentamente
Ricardo Marques
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